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SOBRE A INFEÇÃO URINÁRIA

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Inês e Luísa são duas irmãs que cuidam da mãe que sofre de demência numa fase intermédia. A pessoa doente tem 90 anos, sempre foi ativa, e possui uma personalidade forte. A doença demencial progride lentamente, mas o que mais afeta a mãe e as duas cuidadoras é uma infeção urinária não diagnosticada.

Este caso é muito comum porque as mulheres e os idosos são mais propensos a ter infeções urinárias, e os seus sintomas nem sempre são fáceis de detetar. As mulheres sofrem mais frequentemente desta doença devido à sua anatomia (a uretra está mais próxima da vagina e do ânus) e à alteração hormonal que surge com a menopausa. A falta de higiene ou a limpeza na direção oposta à correta (movimento de limpeza de trás para a frente) depois de ir à casa de banho contribui para que as bactérias entrem na uretra mais facilmente. 

São fatores de risco para contrair infeção urinária:

• Ser mulher

• Ser diabético

• Ter um histórico de cálculos renais

• Ser portador de complicações na próstata

• Ter imunodeficiência

 O grupo de pessoas idosas está mais exposto a infeções urinárias pelos seguintes motivos:

1)    O sistema imunológico fica menos eficiente com o envelhecimento, o que torna as pessoas idosas mais vulneráveis.

2)   Com a idade os músculos da bexiga perdem elasticidade e capacidade funcional. A consequência é a bexiga não se esvaziar completamente depois de urinar e a urina residual tornar-se terreno fértil para o crescimento de bactérias.

3)   Se a pessoa idosa tiver outra patologia, como por exemplo a diabetes, ou se foi submetida a tratamento de quimioterapia, o risco de sofrer uma infeção urinária é maior.

Se a pessoa precisar de usar cateteres urinários é conveniente removê-los logo que seja possível. De acordo com a Sociedade de Alzheimer do Reino Unido, um quarto das infeções adquiridas em hospitais estão associadas à utilização deste tipo de cateter.


Como se manifesta uma infeção urinária?

A infeção pode aparecer em qualquer lugar das vias do trato urinário: uretra, ureteres, bexiga e rins. Os seus sintomas podem ser:

1)   Cor da urina escura, desidratada, com um odor forte ou com sangue;

2)   Febre;

3)   Dor ou ardor ao urinar;

4)   Pressão ou dor na parte inferior do abdómen ou nas costas. Desconforto na zona pélvica; 

5)    Forte necessidade de urinar com frequência, mesmo após o esvaziamento da bexiga.

As pessoas idosas ou imunodeprimidas podem apresentar um quadro de sinais e sintomas atípico. 


Se a infeção se propagar para os rins, os sintomas podem ser:

·       Calafrios, tremores ou suores noturnos;

·       Fadiga e sensação de indisposição geral;

·       Febre;

·       Dor nas costas ou na virilha;

·       Pele vermelhada ou quente;

·       Alterações mentais ou confusão (em pessoas idosas estes sintomas podem ser os únicos que ocorrem);

·       Náuseas e vómitos;

·       Dor abdominal intensa;

 


Sintomas nas pessoas mais idosas e nas pessoas com demência:

Os sintomas de uma infeção urinária em pessoas idosas podem ser diferentes dos sintomas numa pessoa jovem (ardor ao urinar, vontade de urinar acima do que é habitual, …). Nos idosos, os sintomas são mais complexos e difíceis de detetar. Segundo a revista Nursing, cerca de 30% a 40% dos idosos com infeções graves não apresentam febre porque o sistema imunológico não é capaz de criar esse tipo de resposta.

Se acontecer uma mudança comportamental significativa numa pessoa com demência e não existirem alterações na rotina diária ou no ambiente, a possibilidade de uma infeção urinária não deve ser negligenciada. Se a pessoa tiver demência, o seu cuidador deve estar atento às seguintes situações:

1)   Surgimento repentino de confusão, agitação, ou de delírio;

2)   Perda de capacidade para realizar atividades da vida diária que eram feitas pouco tempo antes;

3)   Cansaço;

4)   Um agravamento repentino da incontinência;

5)   Dor e mal-estar geral.

 

Uma infeção urinária é detetada através de um exame a uma amostra de urina e é tratada com antibióticos. Caso a operação de recolha de urina seja complicada devido à fase avançada da demência do familiar, o cuidador pode consultar o médico no sentido de verificar a possibilidade de detetar a presença de bactérias nas fraldas usadas.


Recomendações para se evitar uma infeção urinária:

1)   Encorajar a pessoa com demência a beber líquido suficiente. Uma das razões é que a desidratação faz com que a urina fique mais concentrada o que pode causar dor. Outra das razões é que urinar ajuda a expulsar as bactérias que se encontram no trato urinário.

2)   Levar em conta as preferências de hidratação da pessoa doente e verificar se a bebida hidratante está num recipiente fácil de manusear. Podem ser utilizados copos coloridos.

3)   Estabelecer hábitos ou rotinas com o objetivo de a pessoa com demência ir à casa de banho com frequência. A urina não deve ser retida na bexiga por muito tempo.

4)   Sinalizar a porta do quarto de banho através de uma fotografia ou de um sinal para que esta divisão da casa seja mais facilmente reconhecida.

5)   Trocar a fralda com frequência em caso de incontinência da pessoa.

6)   Urinar antes e depois de ter relações sexuais. Este ponto diz respeito acima de tudo aos pacientes que estão na fase leve da demência. Durante a relação sexual, o pénis de um homem pode introduzir na bexiga as bactérias que se encontram na abertura da uretra. Ao se urinar esvazia-se a bexiga e expulsam-se as bactérias.

7)   Evitar que aconteça a obstipação porque ela pode impedir que a bexiga esvazie adequadamente, o que aumenta a possibilidade de uma infeção urinária. Deve-se, portanto, estimular a mobilidade, as mudanças posturais, a hidratação, uma dieta adequada, fazer caminhadas, e fazer exercícios.

8)   Manter uma boa higiene: lavar os órgãos genitais com água. Em caso de incontinência fecal, devem ser utilizados lenços humedecidos e esponjas descartáveis. A mulher deve ser limpa de frente para trás. A menopausa aumenta o risco de infeção urinária.Ter lenços humedecidos no quarto de banho ajuda a pessoa no processo de manter uma boa higiene.

9)   No caso de a pessoa ter uma sonda vesical, há que ter muito cuidado com a sua manipulação. A bolsa deve estar sempre num plano mais baixo para evitar que a urina retorne. Há que controlar a quantidade de urina, a cor e o odor. Observar as alterações e comunicar ao médico.


 

 Baseado na fonte: https://www.cuidarbien.es/te-ensenamos/se-comporta-de-forma-extrana-quiza-tenga-una-infeccion/


Leia também:

BREVE INFORMAÇÃO SOBRE A INCONTINÊNCIA URINÁRIA aqui https://www.cuidador.pt/blogue/306-breve-informacao-sobre-a-incontinencia-urinaria-2

É ALZHEIMER OU É UMA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO? aqui https://www.cuidador.pt/blogue/71-e-alzheimer-ou-e-uma-infeccao-do-trato-urinario

SOBRE A CISTITE aqui https://www.cuidador.pt/blogue/291-sobre-a-cistite

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A DEMÊNCIA E A INCONTINÊNCIA aqui https://www.cuidador.pt/blogue/302-a-demencia-e-a-incontinencia

INFECÇÃO URINÁRIA: SINTOMAS E CUIDADOS aqui  https://www.cuidador.pt/blogue/146-infeccao-urinaria-sintomas-e-cuidados

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