PTOFOBIA é o medo fóbico de cair e surge muitas vezes após uma primeira queda. Ela leva a um ciclo vicioso negativo porque provoca a diminuição da mobilidade, e com isso aumenta-se a possibilidade de queda. Com a perceção de que o risco aumenta, muitos idosos reduzem as suas atividades, o que leva à exclusão social, ansiedade e diminuição da atividade física. Uma queda pode ter consequências físicas, psicológicas e sociais.
As quedas correspondem a 90% dos acidentes entre a população idosa e após uma primeira queda, cerca de 40% dos idosos ficam com medo de voltar a cair (Vellas, 1993). Os mais Velhos constituem um grupo muito heterogéneo, e por essa razão a avaliação do risco de cair deve ser individualizado.
Os idosos correm um risco maior de lesão grave ou morte devido a quedas, e essa possibilidade aumenta com a idade (Organização Mundial de Saúde). A caminhada é uma forma de prevenção primária, e segundo a O.M.S. ela é uma atividade física indicada para qualquer idade porque não provoca nem stress cardíaco nem lesões articulares. Uma forma simples de avaliarmos o esforço físico é o teste da fala: quando começamos a falar com dificuldade é sinal que o esforço está a ser elevado.
Na prevenção das quedas, deve-se ter em conta o ambiente domiciliário (a maioria das quedas acontece em casa), efeitos secundários de certos medicamentos, hidratação (queda devido à hipotensão postural), atividade física (para evitar a perda de massa muscular) e alongamentos (distribuição equilibrada do peso pelo corpo).
IDEIAS sobre alterações em casa que permitem mais conforto e segurança.
O ambiente no domicílio deve facilitar a vida do Idoso em vez de representar uma ameaça à sua independência e autonomia.
Prevenção de quedas:
· Tirar ou fixar as pontas das carpetes e tapetes com fita dupla face ao chão.
· Colocar algum tipo de antiderrapante nas escadas.
· Sinalizar os degraus, principalmente o primeiro e o último.
· Colocar corrimãos nas escadas, de preferência em ambos os lados.
· Arranjar forma de as extensões elétricas e os cabos de telefone não serem obstáculos à passagem.
· Instalar um piso ou tiras antiderrapantes na banheira ou poliban.
· Instalar um assento de banho na banheira ou poliban para facilitar o levantar e sentar com segurança.
· Compensar a diminuição de destreza e força nas mãos provocadas por sarcopenia (perda de massa muscular) e artrites.
· Trocar nas portas as maçanetas arredondadas por alavancas.
· Instalar torneiras com sistemas de abrir e fechar monocomando.
· Instalar puxadores em gavetas fáceis de segurar e puxar.
· Compensar a diminuição da visão: ter lâmpadas de cor quente acesas à noite ou luzes com detetores de movimento em locais de passagem. As luzes de cor fria impedem a produção da hormona do sono, de nome melatonina.
· Usar cores claras nas paredes e na decoração para servirem de contraste e aumentarem a perceção de profundidade.
· Instalar iluminação adequada para a realização de tarefas e passatempos. O envolvimento em atividades estimulantes físicas e cognitivas evita a progressão do envelhecimento patológico.
· A altura da cama deve permitir que o familiar idoso coloque os pés no chão ao sair da cama.
· Colocar a bancada da cozinha ou a mesa perto dos armários mais utilizados.
· Corrigir as alterações de altura do chão.
· Criar entradas ao nível do chão para banheiras e polibans.
· Instalar chuveiros de mão e barras de apoio na casa de banho.
· Diminuir a altura dos interruptores da luz. Com o envelhecimento acontece uma diminuição natural da altura devido a alterações na coluna: cifose (postura inclinada para a frente) e diminuição da altura dos discos intervertebrais provocada por descalcificação, desgaste e/ou diminuição da quantidade de água no organismo).
· Aumentar a altura das tomadas elétricas.
· Modificar os armários de forma a permitir que as portas e as gavetas abram facilmente e ao máximo.
· Modificar a altura das bancadas e das pias da cozinha e da casa de banho.
· Quando as escadas se transformam numa barreira, o piso principal deve acomodar as necessidades mais quotidianas: quarto, cozinha e áreas de lazer e passatempo.
· Adaptar o ambiente da casa para cadeiras de rodas: alargar as entradas e locais de passagem, instalar rampas, substituir carpetes e tapetes por superfícies duras; corrigir mudanças na altura do chão; reduzir a altura dos interruptores de luz; aumentar o número de tomadas elétricas.
Além do conhecimento sobre a prevenção de quedas, o saber como se levantar após uma queda é de grande utilidade caso não haja sintomas de fratura.
EM CASO DE QUEDA, antes de tentar levantar-se pergunte a si mesmo:
· Sinto dores?
· Tenho lesões e/ou estou a sangrar?
· Sinto que sou capaz de me levantar?
Se estiver só e sentir que ESTÁ em condições de se levantar
· Demore o tempo que for necessário;
· Procure um móvel pesado que possa usar como suporte; quando se sentir preparado aproxime-se da estrutura segura para se apoiar;
· Descanse sempre que precisar e mantenha-se calmo;
· Coloque-se de joelhos, com as duas mãos apoiadas na estrutura segura; demore o tempo necessário; não tenha pressa;
· Levante uma perna para a frente e coloque o pé firmemente no chão; puxe a outra perna e pé; ganhe balanço e quando se sentir com forças, tente erguer-se agarrando-se ao móvel/estrutura de apoio;
· Recupere o equilíbrio. Quando estiver preparado vire-se e sente-se. Descanse durante um período de tempo.
Se sentir que NÃO está em condições de se levantar
· No local encontra-se alguém a quem possa pedir ajuda? Se a resposta é “SIM” siga as indicações referidas anteriormente para se levantar, mas desta vez com ajuda.
· Se a resposta é “NÃO” verifique o que se segue: tem telemóvel? É capaz de utilizá-lo? É utilizador de um serviço de alarme pessoal? Consegue acioná-lo?
· Se nenhuma destas opções for possível, tente utilizar algum objeto para fazer barulho e chamar atenção.
Caso tenha que aguardar por AJUDA
· Tente manter-se quente; procure à sua volta objetos para se cobrir como roupa ou toalhas; até um jornal pode ser útil;
· Se, entretanto, necessitar de urinar, procure colocar-se sobre algum material absorvente e depois retire-se dessa área para se manter seco e evitar a hipotermia.
NA AVALIAÇÃO do grau de risco de queda dos mais Velhos, deve-se ter em conta:
· O estado mental (doenças neurodegenerativas como Parkinson, demências, área do cérebro relacionada com o equilíbrio e controle da atividade muscular afetada, ...);
· O grau de equilíbrio postural com os olhos abertos e fechados;
· A capacidade visual natural ou corrigida; perturbações da visão provocadas por cataratas ou lentes inadequadas;
· O tipo de medicação que se toma (antidepressivos, antipsicóticos, antidiabéticos, …);
· Perda do equilíbrio postural, por vezes também provocado por má postura ao longo do tempo;
· Diminuição da massa e da força muscular (que normalmente pode ser corrigida); a força muscular é facilmente avaliada através de um simples “aperto de mão”;
· A postura na posição ereta (nível de curvatura da coluna - cifose);
· Hipotensão postural por mudança de posição brusca, que pode ter como causa a desidratação;
· Artrites e artroses;
· O tipo de calçado e de roupa que se usa; o vestuário e o calçado devem ser confortáveis (permitir a liberdade de movimentos) e seguros;
· Existência de barreiras arquitetónicas em locais de passagem.
Fontes:
Adaptado de Geriatricos Servicios e de Dudley Ageing Well Website
OMS
Bem viver para bem envelhecer
Seniors Guide Online
Cruz Roja
Cre Alzheimer