Devido à tendência da globalização, é cada vez maior a mobilidade não somente dos jovens por motivos académicos como também da população adulta por razões profissionais. As famílias são menores, as mulheres têm cada vez mais preponderância na vida profissional e por esses motivos o papel de cuidar informalmente está a passar por novos desafios.
Essas circunstâncias podem ter consequências negativas quando um familiar precisa de alguma forma de apoio para continuar a morar na sua residência. Morar longe dos filhos torna a prestação de cuidados um desafio mais complicado.
No entanto, por vezes basta um pouco de apoio à distância de forma assertiva para se conseguir manter o familiar no seu lar.
Algumas deias para cuidar à distância:
· Determinar entre os familiares quem é o cuidador principal;
· Definir e dividir os papéis de cada familiar cuidador;
· Acompanhar discretamente a forma como o familiar se alimenta. Ligar às horas das refeições e fazer perguntas (sem inquirir) sobre o que é que ele(a) comeu e se estava bom. Quem vive só pode cair facilmente em desnutrição ou desidratação porque é diferente dividir uma refeição com várias pessoas ou cozinhar só para si.
· Estar atento a sinais como a desarrumação da casa, alimentos fora do prazo de validade no frigorífico e na despensa, ou falta de higiene pessoal. Esses sinais significam que existe a necessidade de reforçar o apoio através da contratação de empresas de apoio domiciliário ou de limpeza;
· Se o familiar tiver sintomas de demência mesmo de forma muito leve, a toma de medicamentos deve ser supervisionada pessoalmente. Perante situações de lapsos de memória podem acontecer erros na toma de medicamentos. Caso o familiar tenha uma memória funcional, ofereça por segurança uma caixa de medicamentos com aviso sonoro. Sempre que fizer visitas verifique se os medicamentos estão a ser tomados de forma correcta;
· Agendar e preparar com antecedência reuniões familiares;
· Realizar periodicamente reuniões familiares para fazer o ponto de situação e conversar sobre as decisões a tomar;
· Ter sempre os documentos importantes relacionados com a saúde do familiar idoso organizados, mesmo que não sejam necessários no momento;
· Manter actualizados os contactos que podem ser necessários a qualquer altura, incluindo os de amigos, familiares, vizinhos e prestadores de cuidados que moram na área do familiar;
· Estar atento a sinais que indiciem que a pessoa possa estar a precisar de ajuda, especialmente se for uma pessoa reservada ou tiver alguma forma de incapacidade;
· Reunir informação sobre organizações relacionadas com a terceira idade da área de residência do familiar e procurar integrá-lo nessas instituições. A participação social é um dos três pilares do conceito de “Envelhecimento Activo”;
· Caso os cuidadores familiares trabalhem, devem realizar – caso seja possível - adaptações no tempo de trabalho a fim de poderem acomodar as responsabilidades de cuidar;
· Contactar diariamente o familiar por telefone ou por videoconferência;
· Contratar serviços teleassistência;
· Por último mas não em último: visitar o familiar assiduamente, nem que sejam visitas curtas.
Infografia da Cruz Roja de España
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